sábado, 10 de dezembro de 2011

Calem a boca, nordestinos!


A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra… outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

Autor desconhecido (para mim)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Um pedaço de mim


Sinto saudades, saudade de uma época que eu não sabia o que me faltava, mas será mesmo que o que sinto é saudade de não saber o que me faltava? Só sei que faltava algo, mas eu não me preocupava se um dia iria achar.


Agora sei o que me faltava, pois encontrei o que procurava e não sabia que eu estava precisando tanto, mas não fui só eu que notei que eu havia encontrado algo, pois também me disseram que mudei por conta disso. Época que me senti vivo, época que não acreditei que poderia estar tão feliz por ter finalmente encontrado. Descobri o amor.


Brincando com o que não conhecia, dúvidas me enganavam dizendo que era imaginação minha, não existia tal sentimento a ser despertado por homens do século XXI, mas seria possível fazer alguém feliz, se eu mesmo não sabia o que estava a meu  alcance, se eu mesmo tinha dúvidas do que estava despertando em mim.


Raramente se acredita que homens possam amar, mas como definir sentimentos onde nós passamos a tentar dividir e pensar como sua amada está, preocupações nos perturbam, será que ela está feliz? Será que faço parte da alegria dela? Será que sou a pessoa ideal para ela? Acho que isso é gostar.


Indescritível, é o sentimento real que sentimos por alguém de verdade, mas descobri que isso também tem seus problemas, amar nos faz sentir ciúmes, mesmo que seja oculto por um sorriso, ou estridente como um grito, será que todo casal passa por discussões? Será que devo ceder sempre por amá-la, porque sou tão complicado. Sou a pessoa que a pode fazê-la feliz? Mas porque o destino me fez encontrá-la entre tantas, mesmo sendo tão distante, porque meu coração quer ser tão cruel comigo.


Nas muitas ações que uma pessoa pode fazer, porque não pensamos com calma em todas, para evitar conseguir fazer besteiras que me arrependemos, pois me faz perder a pessoa que procurava para ser feliz, depois que perdemos, ficamos nos lamentando, lembrando e por vezes chorando. Por que fui tão tolo.


Agora me sinto perdido, amando sem se sentir amado, pensar, esquecer, o que devo fazer se não penso mais em nada fora no que perdi, planos que fiz, ainda me lembro, ainda penso que pode acontecer, o que devo fazer... Chego a pensar nos meus erros, sei que errei, mas quem nunca errou, irei tentar não mais errar, mas não sei aonde isso irá me levar, espero que um dia volte aos seus braços.


...eu tanto te amei, mas não soube cuidar de você, um dia irei te mostrar que foi com você que meu coração aprendeu a amar.


Paulo David

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Aniversário

Por vezes nos sentimos triste com tudo.
Assim mesmo, temos coragem e seguimos em frente.
Raramente encontramos luzes em nosso caminho.
Algumas nem percebemos.
Basta lembrar as vezes que precisamos.
E agradecer essas bênçãos que nos são dadas.
Nela nos apoiamos.
Será sempre um ombro amigo.

Sinceros parabéns.
Uma amizade insubstituível.
Especialmente pela data natalícia.

Paulo David

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Noites


Lá estou eu, mais uma noite na sacada de minha janela, o telefone toca, olho o número e tenho a impressão de conhecer esse número.

Atendo a ligação:
 - Alô?
Uma voz fina na linha me fala:
 - Oi, boa noite!!!!!!
Escuto a voz com um tom que me vem na cabeça a lembrança daquele rosto familiar, que sempre falava com esse tom ao sorrir, lembro detalhes como o "sinal de beleza" em sua face.
Respiro para não parecer supreso,
 - Olá, boa noite menina, como você está?

Minha voz vai falhando enquanto caio em lembranças...
Ela me conta como tem ido seus dias e momentos, sempre deixando "brechas" para que eu perceba sua tristeza no fundo de sua voz e suas palavras.
Então pergunto, se tem algo que ela queira conversar, apesar de saber que a resposta seria sim.
Ela me confirma com uma voz falhante...
Assim como tem sido para mim, ela também tem tido dias ruins, pois nossa temporada juntos apesar de tudo, tinha tudo para ter dias felizes.
Sente-se sozinha mesmo que acompanhada, sente-se triste mesmo que esteja sorrindo, sente-se esquecida mesmo quando recebe ligações de quem não falava há tempos, mesmo que fosse para falar do dia a dia...

Enquanto a ouço, olho ao meu lado e a vejo arrumando as coisas para sairmos para passear como em diversas manhã de sábado, com o sol a nascer, lágrimas me molham os olhos.
Ela me pergunta se estou prestando atenção, respondo-lhe cada palavra, mesmo que ela não saiba que naquele momento as suas palavras são como se fossem minhas também, pois sei que ela sente-se como eu me sinto.

Vejo-a segurar o telefone ao chorar, busco palavras de conforto, mas não encontro nem mesmo para mim, mas tento falar algo para que ela aja de modo que virão dias melhores, apesar que tais palavras eu mesmo não acredito para mim.

Noto mudanças em sua voz, apesar de não lembrar desse tom claramente, meu coração bate mais forte..
Ela pergunta se ainda temos chance de sermos felizes juntos, respondo-lhe que só em ela me ligar deixa-me feliz, e que tentar ser feliz com ela não existe palavras para demonstrar minha alegria...
 - Podemos nos encontrar agora?
Pergunto-lhe onde...
Sem desligar já tenho trocado de roupas, a procurar as chaves do carro.

Ao abrir a porta e dar os primeiros passos para fora, sinto uma pancada na cabeça, ponho as mãos na cabeça para verificar se me machuquei, estranha-me estar com a foto dela em mãos, olho para mim, ainda estou as mesmas roupas que quando atendi a ligação, olho meu telefone e não vejo tal ligação, dúvidas me perseguem, sonho ou realidade, olho as horas são 04:29 hs, meu computador esta ligado, estava a olhar fotos nossas...
 - Mais uma noite em que sonho com ela, se antes não havia amado ninguem, porque me tormenta tanto a falta dela.

Abro a geladeira a cerveja acabou...

Paulo David

domingo, 29 de agosto de 2010

Palhaços como eu.



Ano de eleição e a velha hipocrisia de sempre, mas esse sabendo que as coisas vão de mal a pior no nosso cenário político, resolveram REAFIRMAR (era proibida desde 1997) que não se pode fazer sátiras com os nossos caros "amigos" de confiança a quem depositamos nosso governo, para nos representar. Proibições essas que lembram a ditadura militar...

Como o próprio "candidato" comentou na sua propaganda eleitoral, "se eleito nós iremos ajudar ele, e a família dele." Nada mais é que a nossa política atual, um jogo de aproveitamento de posição. Posições estas que deveriam ser para ajudar legislar para o povo que o pôs lá.

Desde nossa colonização que se emprega essa filosofia de "troca de favores", preciso do governante, faço meu pedido, que ele ira pedir algo em troca depois...

E para que a população "sinta necessidade", eu não posso dar qualidade de vida, se não como irei pode-los ajuda-los?

Eu não posso dar estudos para o povo, EU PRECISO QUE O POVO SEJA BURRO, votem em mim novamente apesar de não ter feito nada por eles, mas eu digo que tentei e dá tudo certo. =)

Então, quando se fazem crítica através de humor, eles proíbem, claro vai sujar a imagem daqueles amigos...

E mesmo que por "acaso" tenham caído na "ficha suja", Lei que entrou em vigor esse ano, a própria justiça dá permissão para que eles se candidatem, apesar de terem sido julgados como más administradores de recursos públicos (Recursos NOSSOS).

Em resumo, eles não podem ser alvo de piadas, mas em compensação, podem nós fazer ser os eternos palhaços deles.

"Viva a República dos Bananas"
Paulo David

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Quem sou eu?

Eu diria que "eu sou eu", hoje, já não sei nem mais quem sou, e muito menos quem eu queria ser...

Eu não posso me definir, se a minha opnião é egoísta, assim serei apenas mais um falso a emitir essa afirmação. Mas quem pode me definir o que sou?

Quem me julga, essa própria pessoa sabe quem ela é? Você é realmente a pessoa que você sonhou em ser há 10 anos atrás?

Será que tudo na vida tem um propósito, quando saberei que fiz acontecer esse propósito? Será que me marcou, será que notei?

Quem sou eu?

Fiz parte da sua vida? Sim, eu demonstrei? Por quais motivos não consegui demonstrar, dúvidas me perseguem...

Quem sou eu?

Você fez parte da minha vida, seja amigos, familiares ou amores? Ainda está comigo? Por que nunca lhe disse isso? Vergonha, medo, ou por não saber quem sou.

Como já dizia Cartola em "Preciso me encontrar":

"Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar..."

Saber quem você realmente é, é complicado, já sei quem fui várias vezes, mas nunca fui eu mesmo, um dia ainda descubro quem sou...

Será que escrevendo saberei quem fui... e você lembrará de mim? e quem você foi?
Paulo David